terça-feira, 11 de março de 2014

Tudo aquilo que faço
Soma um trajeto e um espaço
Entre a verdade,
E a maldade

Além do que se pode sonhar
Além do que se pode ser
Água que se esvai por entre os dedos
Onda que arrasta desejos

Do nome, surge: esperança, escolha,
Mudança que abala e ressoa
Folha que o vento embala,
Toma nos braços, aconchega e balança.

Uma escolha não é em vão.
Eu sei que não.
Mas sempre encontrarão um vão.
Vão fazer de tudo!

Farão de tudo
pra tomar o oceano do meu olhar
Mas se desse mar,
gotas escorrerem novamente

Não me importo,
Por mais que a gente tente.
Cada gota d’água que escorre na terra
É um novo florescer.
Poetizar pessoas.
Esquecer pensamentos.
Retocar as lembranças,
Sem revirar o passado.

Trilhar novos calçados
Remediar situações,
Medicar é o que nos resta,
Afinal, prever feridas não está em nós.

Desatar nós
Faz parte do ócio humano
Desempregar o comodismo,
Dar coerência ao caos!

Esse é o nosso show de horrores
Onde dos nomes e das flores
Ninguém se lembra!
Mas os defeitos e os vícios, todos anotam.
O que nos falta é sobriedade
para dizer a verdade,
cantar o que faltou
aquela canção dizer.

Ela toma minhas palavras,
zomba das besteiras que falo.
Encanta meus olhos, enquanto,
eu sigo firme, finjo que não me abalo.

E o tempo? Pra entender eu procuro ler o seu olhar
mas eu quero é beijá-la, tomá-la pra dançar
as palavras agora fogem à memória
o tempo não apaga, mas muda essa história

Às vezes eu faço o que quero,
Às vezes faço o que é preciso
O tempo não é alheio aos nossos desejos
Por isso, não sei se sou covarde ou indeciso.

Talvez seja isso.
Talvez a vida seja uma estranha fábrica
de realização de desejos,
talvez.

Poética à Literatura.

“Ela era criticada porque sonhava demais.
E quando era realista, falavam que ela precisava sonhar!”
Mas ela guardou dentro de ti seus sonhos.
Um dia, uma dama lhe tomou pelas mãos.
Contou a ela a sua história.
Das mil e uma noites que vivera até ali.
De quando conheceu Virgílio,
Buscou o purgatório e o paraíso,
Mas que não fora com Dante até o inferno.
Encontrou Victor Hugo e todos os seus miseráveis.
Contemplou as paixões de Romeu e Julieta,
Provou do toque suave das mãos de Austen e das paixões fervorosas das Brontë.
Riu das sátiras de Molière e da má sorte de Camões.
Ouviu o chamado de Cthulhu e seguiu amedrontada de mãos dadas à Berenice.
Em meio a tanta Guerra e Paz, Crimes e Castigos
Largou Fausto e suas indagações.
E num planeta distante encontrou o Pequeno Príncipe.
Por ironia, se apaixonou pelo Dom Casmurro
Conheceu Drummond e o seu sentimento do mundo
E viu que em cada Pessoa há outro eu.
Seu nome entre tantos outros era Literatura, também, o nome da Rosa.
Da sua Cegueira, um novo sonho nasceu.
E diante da morte eminente e intermitente, tomou aquela garota pelas mãos
E lhe disse que mesmo diante daquela enfermidade ela não morreria,
Pois ainda há poetas que querem sonhar,
Então, que tudo Quintane-se! Mas que não desista!
A Literatura vive porque os sonhos ainda estão presentes:
“Seja livre e sonhe, se cheguei até aqui foi para incentivar os seus sonhos

E você no simples viver de menina tem o dever de realizar”.

2012 II

Certa noite enquanto olhava as estrelas,
Resolvi dar nome a uma delas;
Eu quis chamá-la de futuro.
Depois de ter visto o brilho do futuro nos seus olhos.

Eu pude sentir o futuro próximo de mim.
Pude ver que você era como o vento,
Sem vê-lo, somente sentindo assim:
Tão longe e tão perto; Tudo ao mesmo tempo.

Seu rosto trazia marcas,
Traços que o tempo dizia serem histórias,
Histórias que você chama de experiência,
Que pra mim surgiram de uma coincidência.

Histórias que com você quero recontar,
Uma história que se não fosse minha, nem acreditaria.
De uma pessoa que por acaso conheci
E que se hoje não existisse, eu inventaria!

2012

Eu espero meu coração se aquietar,
Após tantos gritos,
Deixa-lo respirar.
Esquecer. E, um dia talvez, perdoar.

Apagar a marca de cada lágrima.
Me limpar da podridão de suas palavras sujas,
Finalmente enxergar.
E contemplar a mentira nos seus olhos.

Compreender quantas desculpas cabe num só olho castanho
E ver: Agora é tudo tão estranho!
O que fazia de mim tão leve.
Hoje traz um fardo que o meu coração nunca teve.

Você não me deu escolhas,
Tirou de mim tudo o que eu tinha.
Enquanto tentando entender, eu te dava a razão.
Suas palavras machucavam meu coração.

Eu me pergunto agora: Eu errei?
Eu só espero meu coração se aquietar,
E após tantos gritos,
Deixa-lo respirar.

Mas ao entardecer tudo irá mudar
Enquanto estiver medindo suas palavras
 O remorso irá te torturar, e após ouvir seu peito gritar:
Eu prometo que esperarei ele se aquietar